RANHADA, António Maria Guerreiro
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/CMMLG/GCMLG/MLG11/002641
Título
RANHADA, António Maria Guerreiro
Dimensão e suporte
1 pág.
Âmbito e conteúdo
RANHADA, António Maria Guerreiro. Filho de Domingos José Valas (Ranhada) e de Ana Rosa Guerreiro. Neto paterno de José António das Valas e de Maria Joaquina; neto materno de Fortunato José Ranhada e de Maria Rosa, todos de Vilar de Mouros, Caminha. Nasceu nessa freguesia a 31/10/1856 e foi batizado na igreja a 4 de Novembro desse ano. Padrinhos: padre João António Guerreiro e sobrinha, Maria Bernarda, seus tios maternos, na ocasião ausentes em Azurara, cujas vezes fizeram Manuel António Guerreiro e sua irmã, Rosa Maria. // Emigrou para o Brasil em 1875, onde arruinou a saúde. // Regressou a Portugal aí por meados de 1887 para fazer tratamento no Gerês, regressando de novo ao Brasil, onde o seu estado de saúde se lhe agravou. // Voltou definitavamente ao seu país em 1888, recorrendo mais uma vez às termas do Gerês, mas o seu mal não desaparecia, pelo que no ano seguinte tentou Mondariz, na Galiza, cujos benefícios foram nulos. Foi então que nessa estância termal ouviu falar das Águas de Melgaço e – tal como o náufrago que se agarra desesperadamente à primeira tábua que encontra – resolveu ir experimentá-las. Apanhou o comboio, apeou-se em Arbo, passou o rio na barca do Morgado do Reguengo e instalou-se em casa de José Ventura de Abreu, que por especial favor o recebeu, tal era o seu aspecto. Graças às águas, e também aos ares puros e caldos de galinha do campo, o hóspede melhorou e, grato, comprou terreno e em sociedade com seu tio Paulo, e João Luís Fife, construiu uma casa para hóspedes, à qual designaram por Hotel do Peso, inaugurando-a a 1/6/1891. // Em 1897, e porque o número de aquistas crescia, e a casa já não era suficiente para os acomodar, então, aumentou-a em dobro e reabriu-a a 20/5/1897. // Teria à volta de 44 anos de idade, era solteiro, quando casou a 16/11/1899 com Maria Júlia (*), solteira, nascida em 1864, filha do seu antigo anfitrião, José Ventura de Abreu, e de Lucinda Libânia de Castro, moradores no lugar da Várzea. Testemunhas: José de Sá Sotomaior, solteiro, proprietário, morador na Quinta do Reguengo, e Ponciano de Abreu, solteiro, lavrador, residente no lugar da Várzea. // Dissolveu a sociedade que tinha com João Luís Fife a 15/10/1900, ficando com o activo e passivo da firma. Crismou o hotel com o atraente nome “Grande Hotel Ranhada”. // Em sessão da Câmara Municipal de Melgaço de 4/3/1914 leu-se um seu requerimento, solicitando autorização para explorar pedra no logradouro público denominado “Costa de Sontra”, sito em Paderne. Somente na sessão de 11 de Março é que a Câmara decidiu conceder-lhe a licença, visto a informação da Junta de Paróquia afirmar que não resultava prejuízo para a freguesia. No entanto, o vogal Pereira propunha que ele fosse obrigado a repor tudo no seu estado primitivo. // O seu prestígio estava a aumentar, pois no 1.º semestre de 1915 representou Paderne como jurado para as causas-crime, e no 2.º semestre de 1919 voltou a ter essa responsabilidade. Os outros jurados eram: Luís António Rodrigues, António Evangelista Pereira, e Eduardo Cortes. // Enviuvou a 18/9/1916; a «mãe dos pobres», como era tratada a sua esposa, embora tivesse falecido no Peso foi sepultada no cemitério de Alvaredo no dia seguinte ao seu passamento. // Ele também se finou no Peso, a 28/7/1936, e foi sepultado ao lado dos restos mortais da mulher. // Deixou muitos amigos, porque era um homem sério e honesto, um verdadeiro cavalheiro. // É certo que deve a vida a Melgaço, mas o concelho também lhe deve muito, pois foi graças a ele, e também aos seus descendentes, que as águas se tornaram famosas. O Peso chegou a ser visitado por ministros, escritores, pintores, actores, etc., que levaram o nome de Melgaço a todo o país, e mesmo ao estrangeiro. // O casal teve cinco filhos: José, Rosa Maria, António José, Mário Bento e Amadeu. /// (*) Conta-se que ela, em 1889, não o queria em casa, devido a ele ser doente; foi necessário seu pai impor-se.
Idioma e escrita
Por.
Unidades de descrição relacionadas
(JM 1256, de 27/7/1919)