TEIXEIRA, Artur

Ações disponíveis

Ações disponíveis ao leitor

Consultar no telemóvel

Código QR do registo

Partilhar

 

TEIXEIRA, Artur

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Documento simples   Documento simples

Código de referência

PT/CMMLG/GCMLG/MLG18/005066

Título

TEIXEIRA, Artur

Dimensão e suporte

1 pág.

Âmbito e conteúdo

TEIXEIRA, Artur. Filho de António Manuel Pires Teixeira e de Emerenciana Preciosa Vasconcelos Mourão Passos, proprietários. Neto paterno de Teresa Pires Teixeira, solteira; neto materno do Dr. Francisco Luís Rodrigues Passos e de Ludovina Rosa Monteiro de Vasconcelos Mourão. Nasceu na Vila de Melgaço a 30/4/1905 e foi batizado a 17 de Outubro desse ano. Padrinhos: Artur Pires Teixeira e Palmira Pires Teixeira, solteiros, proprietários, primos do batizando. // Quanto a estudos, não sei se ultrapassou a 4.ª classe (2.º grau), a qual fez no Porto em Julho ou Agosto de 1917, com distinção. // Em 1935 era sócio da firma Júlio Esteves & C.ª, com sede na Vila. // Foi dono de uns armazéns na Calçada, aos quais o professor Ribeiro da Silva lhe dedicou uma das suas gazetilhas, com o título “Os Armazéns da Garage”. Nesse local teve a sua sede a empresa de transportes “Auto Viação Melgaço”, da qual ele era sócio. // Casou na Conservatória do Registo Civil de Melgaço a 17, e a 18/10/1937 na capela de Golães, com Laura da Conceição, filha de José Esteves (Cabana), “capitalista” no Rio de Janeiro, e de Rosa Alves Salgado. Padrinhos do noivo: Palmira Pires Teixeira e Vitorino Esteves (Cabana). Padrinhos da noiva: a sua mãe e Ursulina Lopes da Silva Teixeira. Passaram a lua-de-mel no Porto e no Buçaco. // Logo depois do casamento, a 24/10/1937, uns miúdos arrombaram uma das portas dos sobreditos armazéns e dali furtaram três garrafas de vinho do Porto e vários maços de tabaco, no valor aproximado de 300$00. O jornal não revelou o nome dos larápios, tendo em conta a sua pouca idade . // Abraçou com ambas as mãos o regime corporativista. // Em 1937 chegou a ser vogal do Conselho do Município. // Em 1938, além de comerciante era também correspondente bancário no concelho, abrindo uma Casa de Câmbios, muita ativa até à década de sessenta, altura em que começaram a aparecer em Melgaço as agências bancárias. // Consta que durante a II Guerra Mundial, juntamente com outros, forneceu volfrâmio aos alemães, através da Espanha franquista. Lê-se : {o DN sabe que Artur Teixeira, de Melgaço, e entretanto falecido, seria um dos líderes, ou mesmo o cabecilha, da quadrilha, confirmando a informação dos serviços secretos americanos que, em 1945, o referenciavam como membro de uma «sociedade de contrabando»}. Devido ao facto de Salazar se ter mantido no poder, ele e muitos mais nunca foram castigados. // Apesar do seu muito dinheiro era considerado um forreta. Na ocasião dos reis, os rapazes da Vila iam-lhe cantar à porta, mas fazia de conta que não os ouvia, só para não dar uma simples moeda. Os miúdos, depois de uma longa espera, gritavam: «esta casa cheira a unto, morreu aqui um defunto», e retiravam-se pacificamente, com receio de que ele lhes acirrasse o cão. // Em reunião da Câmara Municipal de Melgaço de 21/4/1952, foi presente o processo com o respetivo auto de vistoria referente ao pedido que ele fizera para lhe ser concedida licença para habitar o seu prédio recentemente construído na Rua da Calçada. Parecer da Câmara: «passe-se a respetiva licença.» // A 14/6/1955 assinou, juntamente com outros, um requerimento onde se pedia ao ministro da Justiça para castigar, afastando-o de Melgaço, o Dr. José Joaquim de Abreu, pelas suas manifestas insolências e abusos. O advogado respondeu-lhes à letra. Em outro livro publicado pelo Dr. Abreu, “Vil perseguição a um advogado por um delegado do Ministério Público”, publicado em 1955, pode ler-se, referindo-se a Artur Teixeira: «Só favores, me devia. A título de exemplo: em 1941, vendo-o muito aflito com falta de dinheiro, emprestei-lhe, sem qualquer garantia, trinta contos. Mas deve-me maiores favores.» «Escolas da Vila. Assistência escolar. Quase ninguém, além dos respetivos serviços, se apercebe das dificuldades com que se luta nas nossas escolas para que todos os alunos tenham o preciso – o mínimo indispensável – em ordem a não notarem diferenças entre ricos, pobres e remediados. A caixa escolar (que vive com pouco mais do que as modestíssimas quotas dos alunos) despendeu no decurso deste ano largas centenas de escudos – já ultrapassa os dois milhares – no fornecimento de batas e de livros, e de outros artigos escolares aos alunos mais desamparados da fortuna. Lutava, por isso, com um déficite de algumas centenas de escudos. Tal facto chegou ao conhecimento de alguém a quem a fortuna não consegue cegar e foi o bastante para que, espontaneamente, me dissesse ficar à minha disposição, para saldar o déficite da caixa escolar, a quantia de 500$00. Foi isto no memorável dia da inauguração da nossa linda escola. Há dois dias, pesaroso por ter apenas prometido 500$00, o senhor Artur Teixeira entregou-me mil escudos para a caixa escolar, com a condição expressa de eu nada dizer do facto. Atos destes não podem esconder-se e, por isso, com os sinceros agradecimentos da Caixa Escolar e das crianças suas protegidas, aqui o relato para que o nobre exemplo seja imitado. Em breve me ocuparei da “Cantina Escolar”. Até lá, e mais uma vez, muito obrigado, senhor Artur Teixeira.» // Ascensão Afonso. «Mais uma prova. Em Junho do ano findo o senhor Artur Teixeira ofereceu espontaneamente à Caixa Escolar das escolas desta Vila a quantia de mil escudos. Há dias quis ter novamente a bondade de – também sem ninguém lho pedir – entregar mais quinhentos escudos à mesma Caixa Escolar. Com esses quinhentos escudos calçaram-se no dia de São Braz nove crianças das nossas escolas, aquelas que se apresentavam em piores condições. E que contentes elas ficaram com as suas botas novas! Bem-haja, e desculpe, senhor Teixeira!» Morreu na sua casa da Calçada, por ele mandada construir, com oitenta e cinco anos de idade, a 24/10/1990, realizando-se o seu funeral num dia de chuva. // A sua viúva finou-se depois de 1996. // Com geração.

Idioma e escrita

port.

Unidades de descrição relacionadas

(JM 1171, de 18/8/1917), (Notícias de Melgaço n.º 274, de 16/6/1935), ( Notícias de Melgaço n.º 372, de 17/10/1937),(NM 374, de 31/10/1937),(Diário de Notícias de 26/1/1997 e 30/1/199), ( “Denúncia Caluniosa”), (Dr. Abreu, “Vil perseguição a um advogado por um delegado do Ministério Público”, publicado em 1955), (Notícias de Melgaço n.º 1559, de 20/6/1965), (Notícias de Melgaço n.º 1586, de 6/2/1966)