ESTEVES, António Cândido

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ESTEVES, António Cândido

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Nível de descrição

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Código de referência

PT/CMMLG/GCMLG/MLG18/001688

Título

ESTEVES, António Cândido

Dimensão e suporte

1 pág.

Âmbito e conteúdo

ESTEVES, António Cândido (Dr.) Filho de (*) e de Teresa de Jesus Rodrigues, solteira, natural de Paderne, moradora no Largo da Misericórdia, Vila. Neto materno de António Francisco Rodrigues e de Maria Joaquina Esteves, padernenses. Nasceu na Vila a 18/11/1895 e foi batizado a 28 desse mês e ano. Padrinhos: José Dias (Solheiro) e Rufino António Esteves (representados por JCGA e esposa, Ana Joaquina Vasques). // Foi aprovado no exame da 4.ª classe (2.º grau) que fez em 1908 em Viana. // Em 1912 fez exame de admissão ao 4.º ano, no liceu de Viana, ficando aprovado. // Em 1913 continuava a estudar nessa cidade; nesse ano obteve passagem para o 5.º ano. // Em 1914 fez exame do 5.º ano no liceu de Viana, ficando aprovado. // Em 1915 transitou do 6.º para o 7.º ano; estudava no Porto . // Formou-se em Medicina na Universidade de Lisboa no ano de 1925. // Leia-se o artigo publicado «Por Melgaço. No último número do “Notícias de Viana” vem publicada uma local sobre a política de Melgaço, e em que se pretende defender a actual comissão da Câmara Municipal. Foi, porém, infeliz o articulista. Ou ele não conhece o actual problema político melgacense, ou a paixão (Deus dementa os que quer perder) não deixa ver claro. Protestos a favor dela? O assinado pelo clero concelhio? Pura delicadeza e não consciência dos factos. Simples atenção para um colega camarista e não hostilidade aos afectos da Ditadura que a querem ver prestigiada e aos bairristas que querem que o concelho progrida sensatamente. Pura e simples camaradagem para com um colega que, por um triz, quase ia a Sevilha à custa do município e não, e nunca má vontade ou não apoio a quem se propõe dignificar a República, honrar Melgaço e defender os bons princípios da Ditadura. Apenas o espírito religioso, e não o espírito crítico. E seja como for, o que se não pode tolerar é que pessoas que em Melgaço não residem, embora elas sejam do distrito, queiram intervir naquilo que só diz respeito aos melgacenses. Com que direito o Notícias de Viana afirma que só aos vianenses respeita este caso? Este caso respeita apenas a Melgaço, à Ditadura e à República. A Melgaço, porque somos nós que pagamos os passeios, e somos nós a vítima da má administração. À Ditadura, porque tendo sido feita para moralizar e bem administrar, não se salva em Melgaço. À República, porque enquanto o Estado é republicano e há-de ser republicano per omnia secula seculorum, sem ingerência de monárquicos, é aos republicanos de verdade que pertence a administração pública. E basta. Para prestígio da própria ideia que diz defender é melhor o jornal calar-se, para não a comprometer mais, comprometendo-se também. Porque quem defende a Ditadura conscientemente, quem a ela tem responsabilidades ligadas não pode defender quem gasta ao município mais de seis contos de réis em passeios que, ou se pagavam do bolso particular, ou se não davam.» Lê-se «Uma declaração. A requerimento de Hermenegildo José Solheiro, padre Artur de Ascensão Almeida, Hilário Alves Gonçalves e José Caetano Gomes, todos desta comarca e membros da Comissão Administrativa da Câmara Municipal deste concelho fomos judicialmente notificados para indicarmos o autor e responsável de a local “Por Melgaço” publicada no NM de 21 de Abril findo. Em juízo apresentamos já essa declaração, dizendo que a referida local nos foi entregue, com pedido de publicação, pelo Ex.mo Sr. Dr. António Cândido Esteves, distinto médico desta vila. - O editor do Notícias de Melgaço, Adriano Augusto da Costa. // DECLARAÇÃO. O editor deste jornal foi notificado a requerimento dos senhores HJS, padre AAA, HAG e JCG, todos desta comarca e membros da C.A. da CMM para declarar quem foi o autor e responsável da local “Por Melgaço”, publicada neste semanário em 21 de Abril findo. O seu autor foi o signatário. E como aqueles senhores se julgaram melindrados com a referida local e apelaram para a lei da imprensa cumpre-nos o dever de declarar: que na local “Por Melgaço”, publicada neste semanário, não houve qualquer propósito de injuriar ou difamar aqueles vereadores da Câmara Municipal, mas tão-somente apreciar actos da administração municipal, que a este concelho interessam, e nessa livre apreciação e crítica manifestou simplesmente o seu desacordo no dispêndio de mais de seis contos de réis em viagens feitas pelo presidente da C.A. e principalmente na ida de um vereador como representante à exposição de Sevilha, deliberação que nos termos em que foi tomada tudo leva a crer que fosse à custa do município, por ser completamente escusada, porque a essa exposição não nos consta que, ao menos, levássemos qualquer produto industrial ou agrícola. Não há, portanto, no referido escrito, matéria que possa ser ofensiva da dignidade de qualquer desses senhores vereadores, como, de resto, da simples leitura desse artigo ressalta manifestamente. – Melgaço, 27/5/1929. António Cândido Esteves, médico.» Lê-se «Resposta ao senhor Dr. António Esteves. Só agora que se desfez a sombra do anonimato e apareceu alguém, ainda que forçado, a assumir a responsabilidade dos seus atos, é que venho defender-me pessoalmente da calúnia com que pretendeu ferir-me, acusando-me de querer ir a Sevilha à custa do município. Quem havia de dizer que Sevilha, terra das lindas trovas e das canções de amor, havia de originar em Melgaço um tal barulho. Eu vou relatar o facto que produziu esta desafinação: - Um meu parente, chegado há pouco do Brasil, convidou-me para um passeio à exposição de Sevilha. Aceitei e ficou combinado realizar-se na melhor oportunidade. Dias depois, em uma sessão camarária, é lido um ofício, convidando a Câmara a representar-se num congresso municipalista internacional, que devia reunir-se nessa cidade. Ofereci-me para desempenhar esse cargo, dizendo que tencionava lá ir, e como delegado teria o direito de assistir ao congresso. Não sendo pois a Câmara que me propôs, mas eu que me ofereci, é evidente que estava resolvido a viajar à minha custa. Como dá a entender na sua declaração do último número deste jornal, o discutido subsídio ressalta à vista na forma como foi redigida a deliberação camarária – que a Câmara me fornecesse o que precisasse. // Todos os homens desapaixonados, que têm os olhos limpos da poeira da má-fé, veem que estas palavras, ditadas despreocupadamente, sem nunca pensarmos que seriam autopsiadas com o seu estilete de médico, não se referem a nenhum subsídio pecuniário, mas tão-somente a documentos que me acreditassem, como enviado desta Câmara. Não pedi tal subsídio, nem nunca a Câmara pensou em dar-mo, nem eu o queria. De onde vem, pois, a sua reincidência infeliz, insistindo num facto que muito bem sabe não ser verdadeiro? É o velho conceito de Voltaire, que diz: - menti, menti sempre, que da mentira alguma coisa fica. // É um adversário: nunca nenhum de nós o atacou na sua honra. Não lhe negamos o direito de lutar e até de triunfar, mas com as armas da correção e da lealdade. V. Ex.ª quer subir. Na sua idade, e com a sua posição, é natural e justa essa aspiração. Não serei eu quem ponha obstáculos aos voos da sua ambição. Mas, não doutor, isso não é subir. É descer…» // Padre Artur d’Almeida. Politicamente, segundo dizem, era anti-salazarista e, por isso, constava das listas da polícia política nos anos quarenta. Não creio, no entanto, que tenha feito parte de algum grupo revolucionário; foi certamente influenciado por seu irmão, Dr. Augusto César, republicano da 1.ª República. // Era um bom médico, apesar de o hospital não possuir equipamento sofisticado; percorria o concelho a tratar dos doentes e aos mais carenciados não cobrava um tostão, contudo, não ficava prejudicado, pois se não pagavam em dinheiro, pagavam com trabalho, lenha, fumeiro, peixe e lampreias do rio Minho, etc. // Foi, durante vários anos, diretor do Hospital da SCMM. // Gerou uma criança, falecida no parto, em Maria, filha de Gaspar Herculano de Melo e de Julieta Costas. A paixão arrefeceu e assim arranjou outra namorada, Marieta Zilda da Cunha, com quem casou (depois de muitos anos a viverem em comum), a 6/7/1980, na casa particular dos nubentes, sita no lugar da Calçada, SMP, mãe das suas duas fillhas. // Faleceu a 7/7/1980. // Era conhecido por “doutor suíça”. /// (*) Foi perfilhado, a 16/6/1914, por seu pai, Francisco António Esteves, viúvo, proprietário, morador na Vila.

Idioma e escrita

port.

Unidades de descrição relacionadas

(JM 728 e JM 747, de 20/8/1908), (Correio de Melgaço n.º 56, de 6/7/1913), (Correio de Melgaço n.º 110, de 4/8/1914), (Correio de Melgaço n.º 159, de 1/8/1915), (NM 4, de 10/3/1929), (Notícias de Melgaço n.º 9, de 21/4/1929), (Notícias de Melgaço n.º 15, de 2/6/1929),(Notícias de Melgaço n.º 16, de 9/6/1929)